Painéis e contação de histórias levam debates antirracistas para Bienal do Livro da Bahia

A Bienal do Livro da Bahia prossegue com painéis, contação de histórias para crianças e muitas atividades. O evento, que começou na última sexta (26), se estende até quarta (1º) no Centro de Convenções de Salvador.

No Café Literário, os convidados foram o apresentador do "Bahia Meio Dia", Vanderson Nascimento, e a apresentadora do "Mosaico", Luana Souza. A mediação ficou por conta do também repórter da TV Bahia, Müller Nunes.

"Eu não tive essa referência durante a minha trajetória", afirma o jornalista Müller Nunes, ao comentar a falta de profissionais negros na mídia durante sua formação.

"Foram poucas referências e eu nem sabia que eu poderia ocupar esse espaço porque uma das coisas que o racismo faz com a gente é impor crenças limitantes".

Esse cenário tem mudado lentamente, com oportunidades para jovens como ele em frente e por trás das câmeras. Quem também falou sobre o assunto foi Vanderson, que lembrou como era tratado antes de se tornar um rosto conhecido.

"Teve uma vez que eu estava em um lugar pra fazer uma reportagem e a pessoa me perguntar: 'cadê o repórter?'. (...) [O combate ao racismo] É uma luta árdua, mas que a gente está disposto a enfrentar".

Além de colocar profissionais como os dois em lugar de destaque, a programação da bienal se dedica a contar a história de personalidades negras que merecem protagonismo, como é o caso de Maria Felipa.

Símbolo na luta pela Independência da Bahia, ela foi o tema do "Janelas Encatadas", espaço infantil dentro do evento, desta segunda-feira. De modo geral, a programação foi aprovada por crianças, adultos e pelos participantes.

"Poder incentivar outras meninas a fazerem jornalismo, a continuarem estudando, é uma missão de vida, um pbjetivo", definiu Luana Souza, do Mosaico.