Operação do MP-AL prende quadrilha acusada de movimentar mais de R$ 243 milhões e posse de Porsche de Daniel Alves

16 de May / 2024 às 16h22 | Policial

Cinco pessoas foram presas durante uma operação do Ministério Público de Alagoas, realizada nesta quinta-feira. A ação de hoje tinha como objetivo pôr fim a uma organização criminosa que fraudava concursos públicos. O líder da quadrilha, segundo o MP, comprou um Porsche vermelho, modelo Carrera 911 e ano 2021, do ex-jogador condenado por estupro Daniel Alves.

O veículo, avaliado em R$ 828 mil, foi apreendido em Petrolina (PE), onde mora o suposto líder do grupo. O carro foi comprado e recebido pelo suspeito, mas ainda está no nome do jogador e não foi transferido para posse oficial da quadrilha. Os cinco são acusados de envolvimento com os crimes de peculato, fraude em licitações e contratos, falsidade ideológica, desvio e lavagem de dinheiro público, dentre outros ilícitos penais.

Através de uma pseudocooperativa de prestação de serviços, com sede administrativa no bairro da Jatiúca, em Maceió, o grupo criminoso firmou contratos milionários com 20 municípios alagoanos, movimentando R$ 243 milhões entre outubro de 2020 e março de 2023.

A investigação apontou que desse valor, R$ 46 milhões tiveram movimentações atípicas, comprovadamente, entre as contas pessoais dos criminosos ou por interpostas pessoas jurídicas criadas especificamente para a lavagem de dinheiro público.

Ainda de acordo com o MP, foram descobertos contratos estabelecidos com os municípios de Cajueiro, Quebrangulo, Porto de Pedras, Feira Grande, Pindoba, Carneiros, Olho d’Água das Flores, Mar Vermelho, Porto Real do Colégio, Pão de Açúcar, Estrela de Alagoas, Tanque d’Arca, Porto Calvo, Taquarana, Poço das Trincheiras, São Luís do Quitunde, Limoeiro de Anadia, Senador Rui Palmeira, Chã Preta e Flexeiras. Esses contratos foram firmados por meio de licitações por “carona”, ou seja, através de atas de adesão ao registro de preço, modalidade licitatória que facilita a contratação.

Fotos: Divulgação

Operação Maligno
A Operação Maligno cumpriu cinco mandados de prisão, sendo um em Maceió, três em Petrolina/PE e mais um na cidade de Japaratinga/AL. Os oito mandados de busca e apreensão também foram executados nas mesmas localidades. O Ministério Público ainda conseguiu que a 17ª Vara Criminal da Capital determinasse o bloqueio e sequestros de bens dos denunciados no valor de R$ 46 milhões.

Durante o cumprimento dos mandados, além das prisões, a operação do Ministério Público apreendeu R$ 649 mil somente em um dos alvos, dados telemáticos e automóveis de luxo, como a porsche que pertenceu ao jogador Daniel Alves, além do sequestro de um Hotel Fazenda, na cidade de Sento Sé, na Bahia, pertencente a um dos integrantes do grupo.

A principal empresa alvo da operação é de propriedade do casal apontado como líder da organização criminosa, cuja cooperativa de fachada oferecia, dentre outras coisas, serviços típicos e obrigatórios da administração pública, como coleta de resíduos sólidos, limpeza de ruas, praças e avenidas, e profissionais para trabalharem como coveiro, motorista, vigia, gari, merendeira, veterinária, diretora escolar, médico veterinário, chefe de gabinete, assessor institucional, repórter e, até mesmo, fiscal de tributos. Todo o esquema foi montado com a principal finalidade de desviar dinheiro público e promover o enriquecimento ilícito da referida Orcrim.

De acordo com a investigação, estima-se que integrantes da mesma Orcrim operam outras falsas cooperativas de prestação de serviços, com contratos em mais municípios alagoanos e da região do Sudoeste baiano, cujo montante, por enquanto, ainda é incalculável, segundo o MP.

A operação contou com o apoio operacional de policiais militares dos Batalhões de Trânsito, Rodoviário e Ambiental de Alagoas, e das Policias Militar e Civil de Pernambuco.

O Globo/Foto: Divulgação MP-AL

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