Fronteira entre Venezuela e Colômbia tem confronto; Maduro questiona suposta ajuda humanitária: "Com quem Trump se solidarizou até hoje?"

23 de Feb / 2019 às 18h45 | Variadas

O presidente eleito da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um pronunciamento público na capital Caracas na tarde deste sábado (23). Durante quase duas horas, o líder chavista questionou a suposta ajuda humanitária imposta pelos Estados Unidos e defendeu a soberania do povo venezuelano. “Com quem [o presidente estadunidense Donald] Trump se solidarizou até hoje? Ele odeia os povos da América Latina e Caribe. Por isso quer construir o muro [na fronteira com o México]”, lembrou.

Milhares de pessoas acompanharam o discurso do presidente, que aconselhou a população a “abrir os olhos”, já que “a operação dita de 'ajuda humanitária' quer meter militares no nosso país, para roubar nossas riquezas.” O mandatário convocou a comunidade internacional a se solidarizar com o país e exigir que “Trump tire as mãos da Venezuela" – baseado nos princípios da Organização das Nações Unidas (ONU).

Ao final do discurso, o presidente eleito anunciou a ruptura de relações diplomáticas e políticas com a Colômbia, estabelecendo um prazo de 24 horas para que embaixadores e cônsules deixem a Venezuela.

Desde o início, o clima é de tensão na fronteira entre a Venezuela e a Colômbia. Tropas venezuelanas jogaram bombas gás lacrimogêneo contra manifestantes que protestam contra o fechamento da fronteira, o que impede a passagem de ajuda humanitária internacional. Os manifestantes reagiram atirando pedras.

Um dos locais onde ocorreram os confrontos foi na Ponte Francisco de Paula Santander, que liga o estado venezuelano de Táchira com o colombiano Norte de Santander. O governo de Nicolás Maduro mandou fechar as fronteiras em uma área onde grupos ligados a Juan Guaidó, deputado que se autoproclamou presidente.

De acordo com a agência argentina Télam, quatro militares da Guarda Nacional Boliviarana desertaram, cruzaram a fronteira e foram a cidade de Cúcuta, na Colômbia. Ele pedem proteção ao governo de Iván Duque. Três militares atravessaram a Ponte Internacional Simón Bolívar em dois tanques e entregaram-se aos militares da Colômbia. Um quarto militar atravessou a Ponte Santander que liga Ureña, na Venezuela, a El Escobal, na Colômbia.

Agencia Brasil

© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.